RACISMO E MARXISMO: A POLÊMICA DE MOORE ACERCA DOS PILARES EPISTEMOLÓGICOS

Resumo

O presente artigo tem como objetivo situar o debate a partir de alguns elementos da polêmica travada em torno da questão étnico-racial e o marxismo ao longo dos estudos de Carlos Moore, o qual questiona a ausência dos pilares epistemológicos nas principais obras de Marx e Engels acerca da referida questão. Para isso, realizamos uma pesquisa exploratória, referenciada nos estudos de MARX, Karl (1983;1983 e 1993), MOORE, Carlos (2010) e, de forma complementar, utilizamos as referências de MOURA, Cloves (1983) e ALMEIDA, Silvio (2018), dentre outros. A partir daí, analisamos as discussões com base na abordagem materialista histórico-dialética à luz da teoria da totalidade da vida social (NETTO,2006). Das reflexões obtidas nesse estudo, compreendemos que o marxismo, ao tratar do processo de produção e reprodução das relações sociais numa ordem de exploradores e explorados, formata um movimento societário complexo e amplo da sociabilidade capitalista. Daí visualizamos importantes mediações sócio-históricas, as quais nos aproximam das imbricadas relações entre classes e raças, portanto, dissociá-las é, no mínimo, um equívoco de caráter histórico, teórico-metodológico e prático.