A CONCEPÇÃO E A MANUTENÇÃO DA POBREZA PARA O NEOLIBERALISMO ATÉ OS NOSSOS TEMPOS

  • Ellen de Carvalho Torres
  • Júlia Gomes Novaes
##semicolon## Política Social; Pobreza; Neoliberalismo; Banco Mundial.

Resumo

Este trabalho tem por objetivo realizar uma breve análise do discurso de “combate à pobreza”, visando a esclarecer as intencionalidades dessas ações para a reprodução do capitalismo e, consequentemente, da desigualdade inerente a esse modo de produção da vida social. Parte-se do suposto que os governos do Partido dos Trabalhadores (2003-2016) consolidaram um padrão estratégico de “combate à pobreza” no Brasil, via a política de Assistência Social. Essa lógica incorpora o compromisso do Banco Mundial para com os Objetivos do Desenvolvimento do Milênio em 2000, estabelecendo um papel de regulação do padrão de trabalho precário em tempos de acumulação flexível. Após o Golpe de 2016, as repercussões das políticas destruidoras de direitos, promovidas pelo governo de Michel Temer e agravadas pelo governo de Jair Bolsonaro (2019), ainda conservaram a concepção de “pobreza”, praticada pelo Estado brasileiro, alinhada à premissa difundida pelo Banco Mundial no último biênio. Ou seja, nesses governos há uma onda de retrocessos dos direitos sociais aflorados, alinhada às políticas de austeridade agressivas, enquanto que a concepção ideológica do trato às expressões da pobreza seguiu na mesma lógica: focalizada, compensatória e paliativa.

Publicado
2019-11-21
Seção
Política Social e Serviço Social