MULHERES E MERCADO DE TRABALHO: UMA ANÁLISE SOBRE A PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO FEMININO
Resumo
Este artigo discute a precarização do trabalho feminino, a partir do processo de reestruturação produtiva do capital, e da divisão sexual do trabalho que configura os espaços socialmente reservados às mulheres. Para tanto, aborda a inserção das mulheres no mundo do trabalho, numa análise reflexiva sobre os impactos da precarização do trabalho na vida cotidiana das mulheres trabalhadoras, bem como dos papéis de gênero, evidenciando a distribuição desigual dos espaços socialmente construídos entre os sexos. Nesse estudo, realizamos pesquisa bibliográfica em torno do tema. A reestruturação produtiva configurou um cenário adverso a classe trabalhadora, agudizou a exploração oriunda da relação capital/trabalho, e por ser a “flexibilidade” palavra de ordem defendida pelo capital, com efeito expandiu o trabalho parcial, temporário, terceirizado e informal. Nesse processo, a força de trabalho feminina é absorvida em condições precárias e desiguais no mercado de trabalho, concentrando as trabalhadoras nos empregos precarizados, na informalidade e nas funções que exigem baixa qualificação, e tal realidade pode ser compreendida a partir da perspectiva analítica da divisão sexual do trabalho e sua forma particular de apropriação do trabalho da mulher.