RACISMO INSTITUCIONAL EM SAÚDE E A POPULAÇÃO NEGRA: NECESSIDADE DE REFLEXÃO NA FORMAÇÃO E ATUAÇÃO DOS ASSISTENTES SOCIAIS
Resumo
No Brasil, o campo das relações raciais exibe em suas demandas e complexidades um espaço em que o Assistente Social é chamado a intervir. A partir da atuação dos sujeitos, principalmente do Movimento Negro, temos uma luta pelos direitos da população negra e o reconhecimento do Racismo Institucional como determinante social em saúde. Acerca dessas demandas e complexidades, o presente estudo contextualiza a trajetória da população negra na sociedade brasileira e a construção da sua marginalização e objetiva realizar uma análise do Racismo Institucional (RI) e seus impactos na saúde desse segmento, evidenciando, assim, a Política Nacional de Saúde Integral da População Negra (PNSIPN) como mecanismo institucional de enfrentamento dessa realidade e possível instrumento de trabalho dos Assistentes Sociais atuantes no campo da saúde, haja vista que a população negra brasileira (pretos e pardos) corresponde a 54 % da população total, segundo o IBGE, e quase 80% da população usuária do Sistema Único de Saúde (SUS) se auto-declaram negra. Direcionando-nos ao nosso Projeto Ético-Político e Código de Ética Profissional de 1993, é trazido no trabalho, a partir de toda violência e desigualdade vivenciada pela população negra, comprovadas por dados de indicadores sociais, a necessidade de uma reflexão e aprofundamento da discussão do racismo institucional e saúde, seja na formação profissional, seja na atuação dos profissionais.