O TRABALHO COMO MODELO DA PRÁXIS SOCIAL
Resumo
Exilado na URSS em 1931, o filósofo húngaro Georg Lukács passou a defender que K. Marx havia legado uma concepção universal de mundo. Diferenciando-se de Plekhanov e Mehring, o filósofo entendeu que, no corpo da obra de Marx e Engels, teria um conjunto de sólidas verdades a ser desenvolvido pelos continuadores da tradição inaugurada em 1845 pelos dois filósofos alemães. Além de uma concepção estética, Marx teria indicado ser o trabalho – a transformação da natureza – o momento decisivo da constituição do ser social. Visando a demonstrar (e desenvolver) essa tese, Lukács empreende um monumental esforço, já octogenário, do qual resulta um compêndio de hum mil e duzentas páginas que seria publicado postumamente: Para uma ontologia do ser social. Apresentar, portanto, os lineamentos gerais desta tese lukacsiana é o objetivo central desse trabalho.