RESPONSABILIZAÇÃO DA MATERNIDADE PARA A MULHER NEGRA: UMA ANÁLISE E HISTORICIZAÇÃO SOBRE A SAÚDE REPRODUTIVA E CONTRACEPTIVA
Resumo
o presente trabalho busca, com base teórica marxista, uma reflexão sobre a questão racial e a responsabilização da maternidade, com o objetivo de problematizar como a construção desigual do capitalismo está relacionada à divisão desigual de gênero, raça e classe do trabalho. Visa ainda contextualizar a origem da divisão sexual, racial e social do trabalho para melhor compreender a autonomia reprodutiva das mulheres como política pública, destacando as relações de gênero, raça e classe dentro da sociedade capitalista. A metodologia quali-quantitativa utilizada pretende identificar, sob a perspectiva da teoria social crítica em Marx, estudos sobre a questão racial, a maternidade como um direito e não obrigação da mulher, e com garantia de gratuidade tanto para a reprodução quanto para contracepção. O resultado dessa pesquisa revelou a importância dos movimentos sociais de base, da garantia de direitos e da luta coletiva contra o patriarcado, racismo e o capitalismo. E, a partir disso, concluímos, que a luta pela libertação das mulheres, pela autonomia sobre os seus corpos e ainda pela emancipação humana, vai além da garantia de direitos, que pode ser uma forma de controle, é preciso lutar pelo fim do racismo, do patriarcado e do modo de produção capitalista.