A TRAJETÓRIA DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER NEGRA NO BRASIL: EXPRESSÕES DE UMA QUESTÃO SOCIAL, UM DEBATE NECESSÁRIO PARA O SERVIÇO SOCIAL
Resumo
O presente artigo tem como ponto primordial de análise a trajetória da desigualdade de gênero, uma questão que assola a sociedade brasileira desde a colonização ibérica na américa e os pressupostos da acumulação primitiva do capital, onde as mais cruéis violações à dignidade da pessoa humana eram amplamente praticadas, principalmente, contra a população negra, através da escravidão e consequentemente, o tráfico de negros vindo da África para compor a mão de obra escrava, configurando tais práticas a partir das desigualdades raciais que culminaram em um apartheid social que domina o Brasil contemporâneo. A mulher negra neste cenário sofre dupla violência, além de sofrer fisicamente condenada ao trabalho escravo, estava sujeita a violência sexual praticada pelos senhores de engenho. Hoje, século XXI, no capitalismo moderno, mesmo após 130 anos da abolição da escravatura, a condição da mulher negra na sociedade ainda carrega o fardo do racismo, mascarado e alicerçado pelo capitalismo como expressão da questão social, diante das limitações do processo de desenvolvimento econômico e social brasileiro sem transformações estruturais. Frente a esse fator, torna-se necessário o debate acerca da inserção do Assistente Social, com o intuito de atribuir direção crítica e propositiva à sua intervenção frente às demandas ocasionadas por este modelo de sociabilidade com vistas à universalização dos direitos sociais e emancipação humana.